Prefeito que vetou parada gay diz que "forasteiros" desrespeitam famílias

O prefeito de Duque de Caxias (Baixada Fluminense), José Camilo Zito (PSDB), afirmou que não são oriundas da cidade "as pessoas que praticaram atos libidinosos e bagunça" nas três paradas gay do município, realizadas entre 2006 e 2008.
A quarta edição do evento, prevista para o último domingo, foi vetada pelo Executivo local "a pedido de moradores, igrejas e comerciantes descontentes com tais atitudes".
"Os participantes que, nesse tipo de manifestação, desrespeitam as famílias caxienses não são da nossa cidade. Essas pessoas vêm de outros lugares para Caxias, com o objetivo de extravasar sua alegria incontrolável", disse Zito, que apontou a nudez de homossexuais como um dos "atos libidinosos".
O prefeito defende a instituição de um dia único para todas as paradas gays do Brasil. "Aprovo a passeata, mas deveria haver uma ação global para esse ato", sugeriu o tucano, que não teme ser tachado de homofóbico. "Estou consciente de que não discrimino ninguém."
O prefeito disse não ter sido procurado pelos organizadores "para conversar". "Só veio a Sharlene, mas não o Cláudio Nascimento. Era ele quem deveria vir", frisou, referindo-se a Sharlene Rosa, presidente do Grupo Pluralidade e Diversidade -organização caxiense de defesa dos direitos homossexuais-, e ao militante homossexual Cláudio Nascimento, hoje atuando na Secretaria Estadual de Assistência e Direitos Humanos.
Promotora do ato, Rosa diz que nem sequer foi atendida por Zito. "Procurei-o em todo o canto, inclusive na pelada [partida de futebol] em que o Zito joga, e ele sempre desconversava."
Ela diz que o tucano "está bitolado por não querer enxergar que Caxias tem gay em todo lugar. Tem também quem mostra o corpo, como em todas as paradas". Segundo Rosa, um dia unificado de passeatas "esvaziaria o movimento homossexual".
Nascimento disse ter enviado dois ofícios -nos dias 2 e 8 de outubro- a Zito, tratando da manifestação. Afirmou também que esteve na prefeitura, mas não conseguiu ser atendido por ele. Por fim, classificou a atitude do tucano de "obscurantista, intolerante e homofóbica".

Êta partidinho medieval, sô!


JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

1 comentários:

Dayane Pereira disse...

O preconceito esta implicito.. Pra que vetar uma festa assim, como diz no texto a nudez esta em todas as paradas e alias, em mts lugares..